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19 de jan. de 2011

Charme imperfeito: 6 ideias para usar cimento queimado em vários espaços.

Entra moda, sai moda... e o cimento queimado não perde o posto entre as opções de revestimento que conferem bossa e praticidade aos ambientes. Nem trincas nem manchas assustam quem aposta nesse clássico.

Preto demarca o espaço de lazer masculino: A dupla função do ambiente determinou a escolha do arquiteto João Paulo Meirelles. “De um lado, está o living. Do outro, esta área, onde ficam bicicletas e uma mesa de pingue-pongue. Como apenas um painel corrediço separa os dois, pensei num piso capaz de atender a um espaço formal e a outro mais despojado”, conta ele, que viu no cimento queimado a melhor opção. O preto da mistura comprada pronta (Dalle Piagge) remete à atmosfera masculina almejada – um pai e três filhos adultos são os moradores do apartamento em São Paulo. Juntas de dilatação a cada 1,50 x 2 m diminuem o risco de trincas, mas não as evitam completamente. “O cimento queimado envelhece com o restante da casa. Pequenas imperfeições são justamente a razão de sua beleza”, 
afirma João Paulo.

Alternativa para pisos e paredes do apartamento inteiro: Na reforma de sua moradia, a designer de interiores paulista Maristela Gorayeb não titubeou: cobriu todo o piso, inclusive o dos quartos, com massa cimentícia (Tecnocimento, da NS Brazil). “Ela tem a aparência do cimento queimado, porém maior resistência a rachaduras. Também me atraiu porque não precisa de juntas de dilatação e a execução é rapida. Em 48 horas, estava tudo pronto, contra 28 dias de cura do cimento artesanal”, diz Maristela. Tamanho entusiasmo com o produto resultou na aplicação inclusive sobre as paredes e bancadas de cozinha, banheiros e área de serviço. “Busquei uniformidade”, justifica a moça, que se vale apenas de um pano úmido com detergente de coco (do tipo usado para lavar louça) na limpeza do material.

Harmonia entre elementos rústicos no home office: O recanto na edícula pedia um tempero artesanal, afinado com a casa projetada por Luis Café e Vivian Contri, de São Paulo. Daí o cimento queimado feito na obra. “Dispensamos juntas de dilatação porque o ambiente não é grande [21 m²]. O ideal, porém, é demarcar planos de 1,50 por 1,50 m”, afirma Luis. Pronto há seis meses, o material não trincou – o segredo é o contrapiso, úmido e nivelado ao receber a cobertura. “Assim, os dois curam juntos”, ensina ele. Como é feito: misture cimento e areia média peneirados, na proporção 1:3, e umedeça com água. Aplique com desempenadeira. Quando o piso estiver firme, mas antes que seque, providencie a queima com uma nata de cimento, água (1:1) e plastificante (Vedalit, da Otto Baumgart, 100 ml para cada saco de cimento). Utilize desempenadeiraem sentidos circulares.

Pedida prática nas salas do sobrado antiguinho: Colocado sobre a ardósia existente, o cimento queimado comprovou ser fácil de aplicar. “Bastou lixar a pedra para deixá-la absorvente”, diz André Weigand, sócio de Mariana Teixeira no escritório de arquitetura que ocupa esta casinha em São Paulo. Uma camada inicial de cimento nivelou imperfeições. Logo depois, vieram duas outras, estas de cimento queimado branco – a última escondeu as juntas de dilatação, presentes a cada 2 x 2 m. Como é feito: combine massa de rejunte e cimento brancos (1:1) e acrescente água com 20% de cola branca (200 ml de cola para cada 800 ml de água). Tenha cuidado para que o composto não fique muito mole. Aplique com desempenadeira ou máquina e polvilhe pó de cimento branco por cima. Alise com colher de pedreiro e aguarde dez dias antes de lixar e aplicar resina acrílica.

No banheiro do loft contemporâneo ele cobre até o teto: Nem só de propostas rústicas vive o cimento queimado, como mostra o loft reformado pelo arquiteto paulistano Diego Revollo. Ávido por uma alternativa capaz de conjugar modernidade e aconchego, ele vestiu o apartamento todo com massa cimentícia (Tecnocimento, da NS Brazil) – inclusive a caixa de gesso que embute a iluminação e o encanamento do chuveiro no banheiro integrado ao quarto (foto). Nos demais cômodos, o revestimento comparece de duas formas: disfarçando as imperfeições da laje de concreto no teto e escondendo o tom avermelhado dos tijolos à vista nas paredes. Neste último caso, Diego pediu ajuda ao fabricante. “A textura irregular dos tijolos dificultou a aplicação do produto. A NS Brazil compôs uma fórmula mais rala especialmente para a obra, que foi espalhada com brocha”, revela.

Versatilidade em cinza e branco na cozinha: “Ele confere ousadia aos projetos”, garante o designer de interiores Fábio Galeazzo, de São Paulo, que retirou os azulejos desta cozinha e os substituiu por cimento queimado em pontos estratégicos – piso, base da ilha central e faixas na bancada.Do tipo comprado pronto (enriquecido com resina, portanto, mais elástico), o material não demanda juntas de dilatação, mas a preocupação com rachaduras não ficou de fora: a laje foi nivelada e tratada com emulsão polimérica (SikaTop 77, da Sika), que evita a transferência de possíveis trincas para o piso. “Esse cimento é difícil de aplicar, mas o resultado homogêneo compensa”, diz Fábio. Os tampos nas áreas de trabalho são de Marmoglass (Marmotec), composto industrializado de pó de mármore e vidro.


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